A Escola Teológica Charles Spurgeon nasce da conjugação das forças de pessoas modestas que amam ao Senhor e sentem-se desafiadas a contribuir para restaurar marcos que a Igreja de Deus vem perdendo. Ela tem sido golpeada na própria face ao perder essas balizas sem as quais sequer pode ser Igreja. Como consequência, tem sido desnorteada, enfraquecendo aquilo que a identifica como Eclésia de Cristo e sofrendo um processo de redefinição de sua própria identidade.
O povo do Senhor, num processo autofágico, tem dado àqueles que estão lhe destruindo a arma mais poderosa para fazê-lo: ela tem permitido que subam aos seus púlpitos pregadores sem teologia e sem compromisso com o cristianismo bíblico e histórico. Alguns são homens sinceros, contudo sem uma preparação teológica adequada.
Assim caminha o povo de Deus, se reinventando a cada dia, colocando-se à mercê de tendências que emergem de um cipoal de marketing, utilizando as leis de mercado para fazer a Igreja crível, relevante, sem arestas; para que o mundo possa se aproximar dela não mais como réu ofensor precisando do perdão de Deus, mas como cliente em busca de um sentido existencial para o hoje, aqui e agora. A igreja evangélica em nosso país está sendo conduzida triunfalmente para a glória que as estatísticas do IBGE lhe conferem.
Os Seminários de Teologia estão fabricando diplomas, colocando-os nas mãos de centenas de nossos jovens que – ingenuamente em alguns casos, criminosamente em outros – elevados à posição de pastores, levam para a mesa das ovelhas de Cristo aquilo que aprenderam como verdade nessas escolas que sustentam em seus quadros docentes professores sem nenhum compromisso com “a fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3).
“Os homens falíveis não são nada, a menos que aprendam a depender de Deus” – assim confessamos nossa inaptidão para a tarefa que está diante de nós, mas não podemos deixar de ao menos tentar. A Escola Charles Spurgeon não se propõe nascer para se impor como grande, importante ou indispensável. Deus decidirá isso. Pelo contrário, ela surge sobre joelhos trêmulos, temerosos de presunção.
Alguém disse sobre os reformadores ingleses: “foi para estabelecer uma verdadeira comunidade de cristãos que os puritanos vieram para a América”. Em alguma altura na travessia do oceano, a bordo do Arbella, John Winthrop expressou esta visão: “o Deus de Israel está conosco… devemos ser como uma cidade sobre uma montanha”. A América não era, para os pais peregrinos, uma afirmação política, mas uma oportunidade de preservar em algum lugar da terra a sobrevivência do cristianismo em moldes que eles concebiam bíblicos.
A Escola Teológica Charles Spurgeon é uma tentativa de cultivar a sobrevivência de um cristianismo que tenha história, teologia e piedade: o cristianismo bíblico. Nos juntamos a uns poucos seminários que tão fielmente têm guardado a integridade do ensino bíblico. A eles rendemos nosso reconhecimento.
Nossa escola tem um currículo com densidade bíblica, ênfase na compreensão plena do Evangelho e na vida piedosa, porque o seu compromisso é construir nos seus alunos: competência teológica, retidão de caráter e vida devocional estruturada, tendo em vista a proclamação do grande Evangelho de Cristo e a prática de uma vida santa para a glória de Deus.
Existimos para servir a Igreja formando líderes que sejam capazes de expor fielmente a Palavra de Deus e conduzir Seu rebanho pelos verdejantes pastos da graça de Cristo.
Ensinamos teologia com o rigor que lhe é devido, sem, contudo, desmerecer seu mais alto fim: crescer em maturidade e no amar a Cristo e sua Igreja.
Nos identificamos com as marcas históricas da tradição reformada sintetizadas nas 5 solas: Somente a Escritura, Somente a Graça, Somente a Fé, Somente Cristo e a Deus Somente a Glória.
Nossos cursos não têm o reconhecimento oficial do MEC. São cursos Livres e Confessionais. Não são cursos profissionalizantes, nem se propõe oferecer diploma para facilitar o ingresso de pessoas em atividades alheias ao ministério da Palavra e ao serviço eclesiástico. São cursos direcionados a preparar, com competência teológica, pessoas para o labor do ministério pastoral e afins.
Os cursos reconhecidos pelo MEC não podem mais ser confessionais, não podendo os mesmos ter nenhum compromisso exclusivo com a teologia estritamente cristã e ortodoxa. São cursos voltados para as “ciências da religião”. Não há, por parte do MEC, interesse em chancelar curso de teologia com currículo distintivamente confessional/protestante.
Resumo do Parecer CNE/CES 118/2009
“A exclusão da análise de matriz curricular, deixando às instituições plena liberdade na composição de seus currículos… terminou por gerar a aprovação de cursos de Teologia com caráter, exclusivamente, confessional. Alguns desses cursos … não respeitam o pluralismo nem a universidade de conhecimento própria do ensino superior. Restringem-se a uma única visão teológica e se caracterizam como cursos catequéticos a serviço de uma confissão religiosa … pois preparam o aluno para atuar em uma única religião, papel que não cabe ao Estado nem a instituições de ensino superior por ele (estado) credenciadas”.
Realmente não é possível, disponibilizamos apena 1 módulo por mês.
A ECS é uma escola de teologia comprometida em proporcionar um nível de ensino que permita a seus alunos a aquisição de uma cultura bíblica e teológica capaz de capacitá-los para o exercício do serviço eclesiástico. Sendo a ECS um ambiente de reflexão teológica, optamos por lidar com temas controversos de modo estritamente acadêmico, no caso de Escatologia nossa posição é “Jesus Cristo voltará de modo pessoal, visível e em glória para consumar todas as coisas”. Quanto aos aspectos controversos da Escatologia optamos por apresentar em aula as abordagens historicamente adotadas pelo cristianismo ortodoxo, como: “Amilenismo, Pré milenismos e Pós milenismo” de modo acadêmico e não catequético.